Está aberta a temporada de caju no Tocantins. Em muitos quintais, pomares e praças, os pés já estão carregados de flores e frutos. Nativo do Cerrado, com estação entre os meses de agosto a novembro, o fruto se adapta bem às altas temperaturas, sendo capaz de armazenar água no período chuvoso e sobreviver a longos períodos secos sem deixar de produzir.
O Governo do Tocantins, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), incentiva o plantio e beneficiamento do caju nas comunidades rurais, com o objetivo de gerar renda e diversificar a alimentação. Rico em vitaminas e minerais, o fruto pode ser aproveitado in natura, bem como na produção de castanhas, doces, polpas e sucos.
De acordo com o engenheiro agrônomo do Ruraltins, Domício Rodrigues, o caju é um fruto originário do Brasil, principalmente da região Nordeste, mas está presente praticamente em todos os estados do país. No Tocantins, há várias espécies de cajueiro principalmente em pomares domésticos, a exemplo do caju comum ou gigante, e o cajuí, conhecido como cajuzinho do cerrado.
“Pela sua rusticidade, o caju se adapta bem ao nosso clima. A exploração extrativista predomina na maioria das situações. As cultivares ainda são as comuns feitas de mudas a partir das sementes. Hoje em dia o recomendado são clones que apresentam maiores produtividades, com plantas mais homogêneas e frutos maiores. O Ruraltins está presente para orientar nesse sentido e também em outras técnicas, como o controle de pragas, doenças, a questão da poda, adubação e irrigação, apesar de não ser obrigatório ser irrigado, por ser uma planta muito tolerante ao estresse hídrico, quando você irriga e realiza todas essas práticas agronômicas, percebe-se que a planta alcança produtividade muito alta”, avalia.
Moradora do município de Chapada da Areia, a 105 km de Palmas, Antônia Leão da Silva é uma das agricultoras que aposta no cultivo do caju para diversificar a renda da família. Em sua fazenda já somam 30 pés de caju plantados aproveitados na fabricação de doces, licores e polpa de fruta. “Aqui no município temos a Feira do Produtor Rural, onde vendemos nossos produtos, além das encomendas que recebo diariamente. Pretendo aumentar a área plantada e investir no cajuzinho do cerrado”, observa a produtora.
Em Barrolândia, na região central do Estado, a assistência técnica do Ruraltins e a experiência de 15 anos de feirantes fazem com que o casal Djalma Alves da Silva e Vayrene Milhomem da Silva invista na diversidade produtiva em sua propriedade, a exemplo do cultivo do caju. “Eu tenho um pequeno plantio e estou me preparando para ampliar a área plantada. Desenvolvo aqui a polpa do caju e também do cajuí, além do doce em compota, vendidos na Feira do Produtor Rural e Gastronômica de Paraíso do Tocantins”, destaca Vayrene Milhomem.
Dados
Segundo dados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área colhida do fruto no Tocantins é de 68 hectares, em 91 estabelecimentos rurais, com uma produção de 109 toneladas, sendo os dez maiores produtores os municípios de Darcinópolis, Palmas, Porto Nacional, Wanderlândia, Araguaína, Araguatins, Babaçulândia, Esperantina, Goiatins e Campos Lindos.
Já a castanha do caju é produzida em 44 propriedades rurais, chegando a 19 toneladas. O município de Nova Olinda é o maior produtor de castanha no Estado.
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