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Atualidades
segunda-feira, 3 de maio de 2021

Governo Central registra superávit primário de R$ 2,1 bilhões em março

No acumulado do primeiro trimestre, há superávit primário de R$ 24,443 bilhões




O Governo Central — Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência — registrou superávit primário de R$ 2,101 bilhões em março deste ano. Em março do ano passado, havia sido apurado déficit de R$ 21,131 bilhões. Tesouro e Banco Central foram superavitários em R$ 22,148 bilhões e o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) teve déficit de R$ 20,047 bilhões em março deste ano. Os dados estão presentes no Resultado do Tesouro Nacional de março de 2021, divulgado nesta quinta-feira (29/4) pelo Tesouro Nacional, e superaram positivamente as expectativas de mercado, conforme apurado pela pesquisa Prisma Fiscal, elaborada pela Secretária de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia.


No acumulado do primeiro trimestre, há superávit primário de R$ 24,443 bilhões. Em igual período do ano passado, foi registrado déficit de R$ 2,856 bilhões. O Tesouro destaca que o resultado positivo dos primeiros três meses deste ano foi influenciado principalmente pela evolução da arrecadação.

Na formação do superávit do primeiro trimestre, o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) apurou déficit de R$ 57,6 bilhões, enquanto o Tesouro Nacional e o Banco Central apresentaram superávit de R$ 80,6 bilhões – valores corrigidos a preços de março de 2021. Ao considerar o resultado primário acumulado em 12 meses, em período encerrado em março de 2021, o Governo Central acumula déficit primário de R$ 759,5 bilhões, correspondente a 9,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

“O resultado de março foi positivo, muito acima do teto das expectativas”, destacou o secretário do Tesouro Nacional e (futuro secretário especial de Fazenda), Bruno Funchal, em entrevista coletiva virtual de divulgação dos dados de março. Ele reforçou, entretanto, que o déficit em 12 meses é muito alto, pressionado principalmente pelas despesas de enfrentamento aos impactos da pandemia de Covid-19. Segundo Funchal, essa pressão deficitária deve retroceder nos próximos meses, refletindo a retomada da atividade econômica. Mesmo assim, o secretário disse que, mais do que nunca, é preciso manter a responsabilidade fiscal, para assim manter a saúde das contas públicas ao longo do tempo. Defendeu o controle dos gastos, descartando hipóteses como aumento do endividamento público ou elevação de impostos.

Além de Bruno Funchal, também participaram da apresentação do relatório o assessor especial do ministro da Economia e futuro secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt; secretário-adjunto do Tesouro Nacional e futuro subsecretário da Dívida Pública, Otavio Ladeira; subsecretário da Dívida Pública, José Franco; o subsecretário de Planejamento Estratégico da Política Fiscal, Pedro Jucá; e o coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Luiz Fernando Alves.

Previdência

O déficit de R$ 20,047 bilhões do RGPS em março representa retração de 0,1% (termos reais) em relação ao resultado deficitário de R$ 18,921 bilhões verificado em igual mês do ano passado.

O déficit previdenciário total — considerando não apenas o RGPS, mas também os números dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) e despesas com pagamentos de pensões e inativos militares – alcançou R$ 374,4 bilhões (4,7% do PIB) no acumulado em 12 meses, até março de 2021, considerando valores com correção inflacionária, pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Receitas e despesas

A receita total do Governo Central em março deste ano foi de R$ 141,873 bilhões – o que representa alta de 20,4% em relação aos R$ 117,855 bilhões de março do ano passado, em termos reais (corrigidos pela inflação). É uma elevação de R$ 24,017 bilhões. A alta é explicada por um conjunto de fatores: elevação de R$ 18,4 bilhões na receita administrada pela Receita Federal, crescimento de R$ 4,6 bilhões nas receitas não administradas e aumento de R$ 980,1 milhões na arrecadação líquida para o RGPS. A receita líquida do mês passado ficou em R$ 118,132 bilhões no mês passado, elevação de 21,3% em relação aos R$ 97,353 bilhões registrados em março de 2020.

Bruno Funchal ressaltou que o aumento da receita administrada era esperado, comprovando a recuperação da atividade econômica. “Dos R$ 32 bilhões de aumento da receita total, R$ 28 bilhões veio da alta de receita administrada”, apontou.

No trimestre, a receita total alcançou R$ 458,240 bilhões – alta real de 7,6% em relação aos R$ 425,967 bilhões de igual período do ano passado. Já a receita líquida ficou em R$ 372,737 bilhões nos três primeiros meses deste ano, registrando alta de 7,6% em relação aos R$ 346,304 bilhões de igual período de 2020.

Já a média móvel em 12 meses da Receita Administrada apresentou redução real de 5,1% em relação a março de 2020, mesma variação registrada pela arrecadação líquida para o RGPS.A dinâmica recente da arrecadação foi afetada pelo impacto sobre a atividade e diferimentos decorrentes da pandemia de Covid-19.

A despesa total no mês atingiu R$ 116,031 bilhões no mês passado, ante aos R$ 119,772 bilhões em março de 2020, ou seja, queda de 3,1% em termos reais. O Tesouro destaca que o resultado foi influenciado, principalmente, pela expressiva redução nas despesas de pessoal e encargos sociais, abono e seguro desemprego e despesas do Poder Executivo sujeitas à programação financeira superando a elevação em benefícios previdenciários e créditos extraordinários (exceto PAC).

No acumulado até março de 2021 contra mesmo período de 2020, a despesa total sofreu redução de R$ 1,5 bilhão (0,4%) em termos reais. Funchal explicou que as despesas foram contidas, neste começo de ano, porque o governo estava operando com critérios de restrição de gastos, adotadas de forma prudencial até que o Orçamento seja definitivamente aprovado.

Em março de 2021, as despesas primárias em resposta à crise gerada pela pandemia da covid-19 totalizaram R$ 5,2 bilhões. As principais despesas foram aquisição de vacinas (R$ 2,738 bilhões) e despesas adicionais do Ministério da Saúde e demais Ministérios (R$ 1,971 bilhões). No acumulado do primeiro trimestre de 2021, as despesas primárias relacionadas ao combate à pandemia somam R$ 8,255 bilhões.

O Tesouro apontou que as despesas obrigatórias – em 2020 e no primeiro trimestre de 2021 – consumiram 153% da receita líquida (chegaram a cair para 99% em 2019, mas subiram para 153% em 2020 e agora permanecem elevadas). Bruno Funchal explicou que essa alta das despesas obrigatórias reflete ampliação de despesas para as ações de enfrentamento à pandemia e, simultaneamente, queda da arrecadação, em decorrência da crise econômica gerada pela Covid-19.

Assista à coletiva do Resultado do Tesouro Nacional em março:

Teto de gastos

O subsecretário de Planejamento Estratégico da Política Fiscal do Tesouro Nacional, Pedro Jucá Maciel, destacou que o Teto de Gastos – Novo Regime Fiscal, estabelecido pela Emenda Constitucional nº 95/2016 – estabelece um limite de despesas de R$ 1,485 trilhão para 2021. O limite está fixado no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2021.

No acumulado de janeiro a março, 22,1% do teto foi consumido, com pagamentos de R$ 329,013 bilhões. O Poder Executivo ficou exatamente na média (22,1%). O Legislativo ficou em 21,8%, o Judiciário alcançou 23,9% e o Ministério Público da União registrou 24,1%. “Nenhum órgão está acima da margem de enquadramento”, destacou Pedro Jucá.

Regra de Ouro

Quanto à Regra de Ouro, a insuficiência é de R$ 345,84 bilhões em 12 meses, em período encerrado em março, segundo destacou o secretário-adjunto do Tesouro, Otávio Ladeira. As projeções para a margem da Regra de Ouro em 2021 apontam para a necessidade de aprovação de crédito suplementar que autorize a realização das operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital, conforme dispositivo constitucional.

Ladeira ressaltou que a utilização de fontes superavitárias – como o resultado do Banco Central – bem como o retorno antecipado de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), reduzem a insuficiência. A recente Emenda Constitucional nº 109, de março deste ano, garantirá forte contribuição, com R$ 140 bilhões na redução da insuficiência.

Para 2021, a margem da Regra de Ouro é negativa em R$ 417,7 bilhões, sem considerar superávit financeiro e recursos extraordinários. Em cálculo que considera utilização de superávit financeiro e recursos extraordinários, o número fica negativo em R$ 59,3 bilhões.

Benefícios tributários

O relatório do Tesouro Nacional deste mês destacou a importância da revisão dos benefícios tributários dentro do objetivo de controlar o cenário de elevação da dívida bruta. Conforme explicou o coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Luiz Fernando Alves, a redução de dois pontos percentuais na carga de benefícios tributários ajudaria o Brasil a retomar mais rapidamente o caminho rumo à geração de superávits primários, a diminuir a necessidade de endividamento do setor público.

Estatísticas fiscais

O Tesouro apresentou, ainda, novos dados sobre estatísticas fiscais. Foi apontado, entre outros pontos, que a necessidade líquida de financiamento do Governo Geral em 2020 alcançou 11,7% do PIB, ante 5,1% do PIB registrado no ano anterior. Essa variação é explicada pela queda nominal de 7,3% da receita em relação ao ano anterior e pelo aumento de 7,8% da despesa. A elevação dos gastos é explicada principalmente pelas medidas de enfrentamento à pandemia da Covid-19. “Como um todo, a necessidade de financiamento do governo geral se elevou bastante. Reflete a crise gerada pela pandemia, que trouxe um desafio fiscal adicional para a economia brasileira”, disse Funchal.

A divulgação do Resultado do Tesouro Nacional deste mês veio acompanhada do Relatório de Projeções da Dívida nº 1 de 2021. As projeções do cenário base indicam que, ao final de 2021, a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) e a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) representarão 87,2% e 65,0% do PIB, respectivamente.

O relatório apresenta também análise de sensibilidade da dinâmica de endividamento em relação às variáveis macroeconômicas, como crescimento econômico, taxas de juros e resultado primário. Essa análise aponta, por exemplo, que o aumento permanente de 1 ponto percentual da Selic em relação ao cenário básico provoca uma elevação de 6 pontos percentuais do PIB na DBGG ao final de 2030.

Fonte: MINISTERIO DA ECONOMIA 
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