Com o fortalecimento do atendimento digital no pós-pandemia, o uso corporativo do WhatsApp gera dúvidas entre marcas e consumidores
A pandemia acelerou o processo de digitalização das empresas e causou mudanças visíveis no relacionamento entre cliente e marca. Alguns exemplos são o aumento das compras online, o fortalecimento do atendimento omnichannel e a busca pela melhora contínua da experiência do cliente por meio de ferramentas digitais. Nesse contexto, o WhatsApp, aplicativo de mensagens mais usado no Brasil, ganhou destaque.
Segundo um levantamento da Mobile Time, o volume de mensagens trocadas via WhatsApp ou Whatsapp Business entre marcas e clientes cresceu 251% no primeiro trimestre de 2021, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Em maio do ano passado, a ferramenta ainda lançou o serviço WhatsApp Pay, que permite a realização de transações financeiras diretas, facilitando a vida dos vendedores.
Os dados referentes a quantidade de pessoas que possuem o WhatsApp instalados em seus aparelhos celulares no Brasil são ainda mais surpreendentes. De acordo com a plataforma de comunicação omnichannel, Infobip, 99% dos entrevistados afirmaram que se comunicam por meio deste canal digital.
De acordo com o presidente da Onveg, marca voltada para produção de alimentos naturais e veganos, Ramon Senta Coelho, o aumento do uso do WhatsApp no universo corporativo deve-se ao fato de a ferramenta “criar uma relação entre o cliente e o fornecedor muita mais próxima, de forma que seja possível tratar com carinho as dúvidas, sugestões, críticas e também agilizar o processo de atendimento e entrega dos produtos”, comenta o profissional.
“Com o aplicativo no formato Business, as empresas passam a ter muitas opções de ferramentas para alavancar as vendas, como por exemplo montar o seu catálogo e deixar disponível, para todos terem acesso aos produtos e preços com mais praticidade”, explica.
Além disso, Ligia Aquino também afirma que este recurso digital é essencial para a democratização dos negócios: “o WhatsApp promove uma ruptura das barreiras que dificultavam o acesso do consumidor à empresa e comprova que a acessibilidade não só deixa o consumidor satisfeito com o produto comprado, como também auxilia na fidelização da marca”, comenta a profissional.
Ela ainda acrescenta: “vale destacar que, para além destes benefícios, o meio é muito democrático, já que não possui bloqueios quanto a classe social ou região (as pessoas podem se conectar de qualquer lugar do mundo)”, afirma.
“As pessoas estão se acostumadando respostas imediatas, o que aumenta o risco de perder uma venda por não estar disponível 24 horas por dia”, pondera.
No caso da Iamaní a importância de se responder rápido foi percebido logo. “O índice de vendas fechadas é muito maior quando o cliente tem resposta em menos de 12 horas”, comenta Aquino.
“Clientes que mandam mensagem à noite ou de madrugada, por exemplo, tendem a ficar mais ansiosos pela demora da resposta, o que acaba prejudicando o relacionamento entre empresa-cliente”, conta a co-fundadora da Iamaní.
Além disso, Mariano lembra que a falta de atenção com as normas da língua portuguesa também pode atrapalhar a condução do atendimento ao cliente.
“É desagradável ler ou escrever frases contendo erros ortográficos, gramaticais e de concordância neste processo. Também acredito que a demora no retorno ou a falta de clareza nas respostas podem gerar algum atrito junto ao consumidor. Por isso, é importante ter uma boa comunicação que resolva o problema do cliente, porém, que seja algo mais humanizado e não robotizado”, explica.
Por fim, Aquino pondera como deve ser realizado o atendimento via WhatsApp Business para garantir a objetividade e alcançar as estratégias de engajamento com eficiência.
“O ideal é você se apresentar e trazer o assunto, explicando o contexto da mensagem e fechando a conversa”.
Se a pessoa do outro lado tem interesse e disponibilidade já te responde na hora, se não está disponível, provavelmente deve retornar assim que possível. Além disso, para a venda se concretizar com mais rapidez, é crucial que o atendente tenha em mãos os dados dos produtos e o envie ao possível cliente, como tabelas de preços e condições de pagamento”, encerra.
Fonte: Consumidor Moderno
0 comentários:
Postar um comentário