Os papéis de commodities lideraram com folga o Ibovespa no mês de novembro. Das cinco maiores altas, todas são empresas expostas ao minério de ferro. Veja na tabela abaixo:
Empresa | Ticker | Valorização |
---|---|---|
Gerdau | GGBR4 | 31,75% |
CSN Mineração | CMIN3 | 31,09% |
CSN | CSNA3 | 28,34% |
Vale | VALE3 | 27,68% |
Gerdau Metalúrgica | GOAU4 | 26,26% |
A disparada foi impulsionada principalmente pela esperança de reabertura chinesa. A política Covid zero de Xi Jinping tem recebido críticas e pressões dos próprios chineses, que saíram às ruas para pedirem a reabertura econômica.
Indicadores evidenciam os custos dos lockdowns impostos recentemente, como o índice de gerentes de compras (PMI) industrial que teve uma queda bem mais intensa do que se esperava em novembro no país.
“A China é a grande compradora de minério de ferro e o primeiro que anda é o setor imobiliário, de infraestrutura. Quem exporta minério de ferro ou derivados da construção acabam se beneficiando”, coloca Fabio Fares, especialista em análise macro da Quantzed.
O analista lembra ainda que a preferência é pelo minério brasileiro, já que esse apresenta maior qualidade para fazer liga de aço.
Em novembro, o minério de ferro chegou a subir 30%, recuperando parte do tombo no ano. Em outubro, a commodity chegou a despencar 67%.
Vale comprar as mineradoras do Ibovespa?
Fábio Sobreira, sócio e analista da Harami Research, recomenda cautela para os investidores neste momento
“Eu não gosto dessa dependência toda da China e da produção mundial. Uma crise, talvez uma recessão, em 2023 pode afetar essa alta. Depender disso é para investidores que tem estomago”, coloca.
Ele lembra que apesar do salto, CSN e Usiminas, por exemplo, estão com uma tendência de baixa. Para recuperaram o pico, as empresas precisariam subir 300%. “Cair 70% e subir 30% não significa nada”, observa.
Sobreira diz ainda que para o investidor de longo prazo que não tenha experiência com commodities, o conselho é escolher empresas mais sólidas, como Vale e Gerdau, e ficar fora de CSN e Usiminas “que são muito mais voláteis”.
Na última terça-feira, o Santander soltou um relatório recomendando compra em Vale e CSN. Segundo o banco, a expectativa de que os preços da commodity negociados na China se mantenham acima de US$ 100 a tonelada no primeiro semestre de 2023.
O banco cortou o preço-alvo da ação da CSN (CSNA3), de R$ 26 para R$ 20 ao fim de 2023. Porém, reiterou a recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”), dada a exposição da empresa a minério de ferro e cimento.
Para a Vale, de acordo com a instituição, apesar da recente performance superior aos pares internacionais, o ponto de entrada e a relação risco-retorno seguem atrativos, considerando uma boa perspectiva para os preços do minério de ferro, um valuation atraente e um yield de fluxo de caixa de 15% para 2023.
A instituição tem recomendação de outperform para Gerdau com novo preço-alvo de R$ 36 (contra R$ 33 anteriormente), embora acredite que faltem gatilhos para o ativo. A manutenção do rating é explicada pela perspectiva de mais resultados sólidos nos próximos trimestres.
Quanto à Usiminas, o Santander rebaixou a recomendação da empresa para “neutro” e cortou o preço-alvo do papel para R$ 9 ao fim de 2023.
MONEYTIMES
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