O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou, na manhã desta quinta-feira (22/5), no Palácio do Planalto, em Brasília, da abertura do 2º Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural, junto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recebeu o presidente de Angola, João Lourenço, para uma visita de Estado.
Em seu discurso dentro da Semana da África no Brasil, Haddad destacou o compromisso do governo brasileiro com o fortalecimento da cooperação com o continente africano, enfatizando iniciativas concretas que visam promover um desenvolvimento sustentável, inclusivo e de longo prazo.
“É uma honra participar deste encontro, que reforça o compromisso do Brasil com a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável na África”, afirmou Haddad, ao saudar os chefes das delegações africanas presentes. Ele também reiterou a fala do presidente Lula, lembrando que “a África faz parte do Brasil, e o Brasil deve se orgulhar de fazer parte da África”.
O ministro classificou o continente africano como um “pilar estratégico” para o futuro global, destacando seu potencial demográfico e agrícola. Entre 2020 e 2050, a África será responsável por mais de 60% do crescimento populacional mundial, além de abrigar 60% das terras aráveis disponíveis no planeta. “Para aproveitar esse potencial, são necessários investimentos em energia, infraestrutura e soluções digitais — áreas nas quais o Brasil tem avançado muito nos últimos anos”, pontuou.
Compromissos globais
Durante a presidência brasileira do G20, segundo Haddad, o país reafirmou seu compromisso com uma governança financeira internacional mais justa. “Foi com esse espírito que ajudamos a desenvolver a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”, disse. O ministro também defendeu maior participação africana nos fóruns de discussão sobre dívida soberana e financiamento ao desenvolvimento, destacando o papel do Brasil na formulação do roteiro para a modernização dos bancos multilaterais.
No campo ambiental, Haddad ressaltou a proposta do Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), iniciativa brasileira que busca remunerar nações que mantêm suas florestas em pé, preservadas. “Queremos que a África esteja no centro dessa iniciativa, como parte de uma agenda que valoriza as florestas tropicais como ativos para o desenvolvimento econômico-social”, afirmou. A proposta está entre as principais prioridades do Brasil para a COP30.
Ferramentas práticas
Haddad apresentou uma série de instrumentos desenvolvidos pelo Ministério da Fazenda no âmbito do Novo Brasil - Plano de Transformação Ecológica, voltados a ampliar a cooperação com países africanos. Entre eles, destacou:Eco Invest Brasil: mecanismo que reduz riscos para investidores e atrai financiamento sustentável;
Plano Safra turbinado: apoio à agricultura familiar e à produção de alimentos saudáveis;
Lei do Mercado de Carbono e Taxonomia Sustentável: base regulatória para investimentos verdes;
Títulos soberanos sustentáveis: que já estão financiando ações ecológicas no Brasil.
Além disso, o Brasil está retomando processos de reestruturação de dívida soberana com países africanos, com o objetivo de formalizar novas propostas de renegociação. “Estamos empenhados em aprimorar a relação bilateral entre o Brasil e os países africanos, com base em ações concretas e cooperação voltada para as áreas do futuro”, concluiu o ministro.
Acompanhe a solenidade e a participação do ministro Fernando Haddad no II Diálogo Brasil-África
Finanças, Impostos e Gestão Pública
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