A chef Ruth Almeida participa nesta semana de audiências e reuniões em Brasília (DF) com lideranças políticas e do governo nacional. Na quarta-feira, 14, Ruth esteve em reunião com o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, e com o secretário especial da Cultura, Mario Frias. As visitas foram intermediadas pelo deputado federal Eli Borges.
O objetivo foi de apresentar o projeto Sabores e Saberes do Cerrado, voltado para as comunidades quilombolas, aproveitando os modos de fazer e produtos alimentícios que acessam facilmente e transformá-los em alta gastronomia para empoderamento e geração de renda das comunidades, além de incentivo ao turismo e cultura regional. A consultora em gastronomia e pesquisadora da cultura gastronômica afroindígena busca parcerias para a continuidade do projeto, em novas edições e localidades.
De acordo com Ruth Almeida, a proposta é expandir o projeto para outras comunidades quilombolas, prioritariamente no Tocantins, como na região de Serras Gerais. “A gastronomia, a identidade e a cultura dos nossos ancestrais merecem tanto quanto as belezas naturais, e é esse o foco do projeto Sabores e Saberes do Cerrado. A receptividade tem sido muito boa e a minha bandeira é a gastronomia como patrimônio do Tocantins”, explica Ruth.
Projeto
O projeto Sabores e Saberes do Cerrado teve a sua 1ª edição no mês de março, nas comunidades Mumbuca, Prata, Boa Esperança e Barra da Aroeira, realizado pela empresa Raízes Gastronômicas com patrocínio da Lei Aldir Blanc. Durante 10 dias, oficinas teóricas e práticas com foco na identidade gastronômica do Tocantins foram levadas às comunidades.
A caravana do projeto levou receitas e técnicas diferenciadas de gastronomia com produtos típicos do Cerrado, como a galinha caipira, a abóbora, o pequi, o peixe e o chambari, valorizando a agrodiversidade em receitas culinárias sustentáveis, atrativas e comerciais. Além das oficinas, em cada comunidade, artistas locais foram contratados para apresentações culturais, gerando uma troca de experiências com a equipe do projeto e o povoado. “Recebemos muitos turistas aqui no restaurante e, a partir de agora, vamos oferecer pratos ainda mais especiais e diferenciados para agradá-lo. Estou empolgada, cheia de ideias e ansiosa para colocar em prática o que aprendemos”, disse Josiene Tavares, proprietária do restaurante Viola de Buriti, no povoado do Mumbuca.
Ruth Almeida
Chef de cozinha, consultora, pesquisadora da culinária afroindígena, Ruth já foi quebradeira de coco, doméstica, merendeira em escolas públicas e cozinheira em hotéis. Em 2016, participou do reality show “Cozinheiros em Ação”, do Canal GNT, e garantiu a terceira colocação, ao produzir no programa pratos que valorizam a culinária brasileira e da roça, definido pelo chef francês e apresentador do programa, Olivier Anquier, como uma “cozinha de amor”.
Foi aí que Ruth Almeida decidiu abrir o seu próprio restaurante, no ano de 2017 – o Raízes Gastronômicas, que valoriza a cozinha regional, e hoje se tornou empresária na área de consultoria, palestras e oficinas nas áreas de gastronomia e empreendedorismo. De lá pra cá, foi consagrada com diversos prêmios na área de gastronomia, como o título de Melhor Chef de Cozinha do Tocantins, pelo Prêmio Dolmã 2018, considerado o Oscar da gastronomia brasileira.
Cinthia Abreu
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