Expectativa de crescimento é elevada de 1,6% para 1,9%: projeções indicam redução na inflação e melhora nas contas fiscais nos próximos anos
O Ministério da Fazenda divulgou nesta terça-feira (23/5) dados do Boletim Macrofiscal organizado pela Secretaria de Política Econômica. O documento apresenta as expectativas em relação aos principais indicadores econômicos e fiscais do Brasil. No Boletim, foi revisada a estimativa para o crescimento do PIB de 2023 de 1,6% para 1,9%. O aumento, segundo o relatório, reflete a divulgação de indicadores econômicos com resultados melhores do que os projetados para o primeiro trimestre e para o início do segundo trimestre.
De acordo com o Boletim, o setor agropecuário, impulsionado pela safra recorde de grãos, deve ser um dos principais responsáveis pelo crescimento esperado para o Brasil em 2023. A projeção de crescimento no ano para o setor foi revisada de 10,4% para 11%. Na indústria, a previsão registrou uma leve alta de 0,4% para 0,5%, enquanto a projeção para serviços cresceu de 0,9% para 1,3%.
Segundo o relatório, “os indicadores antecedentes para o setor industrial vieram em linha com o esperado, mas para alguns subsetores de Serviços os valores divulgados foram melhores que os previstos, repercutindo a resiliência do mercado de trabalho e das políticas adotadas desde o começo do governo como aumento real do salário mínimo e reformulação do Bolsa Família”.
Em relação à inflação oficial, o Boletim Macrofiscal fez uma leve alteração na projeção que passou de 5,31% para 5,58% ao final de 2023. “Para a média dos cinco principais núcleos, no entanto, a expectativa é de variação entre 5,20% e 5,30%, sinalizando convergência da inflação subjacente ao intervalo da meta”, informa o documento apresentado nesta terça-feira pelo secretário de Políticas Econômicas, Guilherme Mello, e pelas subsecretárias Raquel Nadal, de Política Macroeconômica; e Débora Freire, de Política Fiscal.
Prisma
Pelo ponto de vista fiscal, uma das principais informações destacadas pelo boletim é a estabilidade nas expectativas para o Resultado Primário do Governo Central, em 2023. Houve um pequeno aumento de 0,7% no déficit primário projetado para o exercício, passando de R$ 100 bilhões para R$ 100,7 bilhões. Essa variação foi apurada entre as coletas de expectativas do mercado entre abril e maio deste ano.
Além disso, o relatório destaca a melhora nos limites superiores para o superávit primário nas projeções para os anos de 2024 a 2026, em comparação com a coleta do mês anterior. Essa melhora sinaliza uma perspectiva mais positiva em relação às contas fiscais do governo nos próximos anos.
Outro ponto relevante do documento é o comportamento otimista do mercado em relação à Dívida Bruta do Governo Geral em proporção do Produto Interno Bruto (PIB) para 2023. Segundo as projeções, houve uma redução de 0,11 ponto percentual em relação ao mês anterior, atingindo o patamar de 77,09%. No acumulado de janeiro a maio, as expectativas de mercado registram uma redução nesse indicador na ordem de 2,01 pontos percentuais.
Uma análise comparativa entre as expectativas apuradas nos meses de abril e maio revelou uma intensificação na queda observada nas projeções para a Dívida Bruta do Governo Geral em proporção do PIB para os anos de 2024 a 2026. Esse resultado indica uma expectativa ainda mais otimista para a redução desse indicador nos próximos anos.
Confira a entrevista do secretário de PolíticasEconômicas, Guilherme Mello, com as subsecretárias Raquel Nadal, de Política Macroeconômica; e Débora Freire, de Política Fiscal
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