Por Avrumy Schreiber*
Vice-presidente global de Produtos da Onebeat
Na era da inteligência artificial, a IA tornou-se a palavra-chave em todos os setores da economia. O varejo não é exceção, com uma lista cada dia maior de aplicativos baseados em IA, os quais prometem revolucionar a forma como os varejistas operam.
O ShopMate, por exemplo, usa IA para gerar sugestões de compras personalizáveis para e-commerce, personalizando a experiência de compra de cada cliente. A Branchbob.ai, uma plataforma baseada em IA, permite que os comerciantes criem lojas on-line totalmente funcionais de maneira rápida e perfeita, facilitando a transição para o varejo on-line. Além disso, a SalesMind AI adapta as estratégias de marketing para cada cliente, aproveitando a IA para garantir que os esforços de marketing sejam os mais eficazes possíveis.
Os gigantes da tecnologia também estão se envolvendo para trazer IA ao varejo. O Google anunciou em junho passado que seu novo recurso de compras de IA permitirá que os usuários experimentem roupas virtualmente.
O cenário do varejo é desafiador, com margens cada vez menores e complexidades operacionais crescentes. Ao implementar tecnologias inovadoras como IA, os varejistas esperam, com razão, avanços significativos no atendimento ao cliente e resultados na lucratividade. No entanto, muitos aplicativos generativos de IA ainda não conseguem produzir o impacto profundo desejado, deixando essas ferramentas relegadas ao reino dos “brinquedos incríveis”.
No intrincado mundo do varejo, existem vários pontos a serem melhorados, incluindo gerenciamento de lojas, comércio eletrônico, planejamento de mercadorias, operações da cadeia de suprimentos, promoções sazonais e muito mais. Cada domínio requer o seu próprio conjunto de regras e conhecimentos e um número insondável de decisões diárias. O verdadeiro desafio está em sincronizar diariamente essas várias facetas para criar os melhores resultados possíveis.
Hoje, a integração de IA em fluxos de trabalho e ferramentas existentes tornou-se uma prática comum. As ferramentas de análise avançada agora incorporam IA para gerar relatórios, aprimorando a precisão e a eficiência. Os varejistas utilizam modelos estatísticos sofisticados e recursos de IA para melhorar o planejamento antes das estações, obter recomendações personalizadas e calcular os melhores descontos para dar aos produtos de baixa rotatividade. Essas ferramentas por IA, sem dúvida, contribuem para os resultados dos varejistas.
No entanto, é crucial reconhecer que essa integração representa o estágio atual IA no varejo. É essencial imaginar um futuro em que a inteligência artificial tenha um impacto ainda mais profundo, transformando cada vez mais as operações de varejo a partir do seu core business, com pouca ou nenhuma intervenção humana. E é exatamente aqui que surge o verdadeiro divisor de águas.
A inércia geralmente determina o desenvolvimento de ferramentas existentes, como exemplificado pelo software de processamento de texto. Originalmente projetados com foco na impressão, eles se limitavam a texto e imagens. No entanto, o aumento da interação baseada na web trouxe uma mudança nos fundamentos, permitindo o apoio aos documentos multimídia. No entanto, o formato de página do Word ainda segue o papel de impressão padrão. Da mesma forma, a integração da IA nos fluxos de trabalho de varejo tem o potencial de revolucionar o setor para muito além de aprimoramentos incrementais.
Como especialistas e visionários no domínio do varejo, devemos reconhecer o imenso potencial da integração da IA para reformular a forma como gerenciamos o estoque. Ao adotar os recursos da IA e libertar-se das limitações dos sistemas existentes, podemos criar um futuro em que o gerenciamento de estoque seja totalmente controlado pela IA.
Essa noção pode parecer um sonho distante, mas vamos considerar o exemplo do Voyager – o modelo Minecraft da NVIDIA. Em um feito notável de avanço da IA, a NVIDIA embarcou em um projeto para treinar um modelo para jogar o popular jogo Minecraft. O projeto mostrou a capacidade do modelo de IA de aprender e melhorar suas habilidades de jogar, sem a intervenção humana. Durante o processo de treinamento, o modelo de IA aprendeu a navegar no mundo do Minecraft, a reunir recursos e a realizar várias tarefas. Exibiu um notável entendimento da mecânica do jogo e foi capaz de adaptar suas estratégias a diferentes cenários. Os resultados foram realmente impressionantes. O modelo de IA superou as técnicas mais avançadas, alcançando marcos e desbloqueando elementos-chave do jogo em um ritmo significativamente mais rápido
Ao fornecer aos agentes de IA, como o Voyager, acesso a dados relevantes e ensiná-los sobre as restrições logísticas do varejo, podemos vislumbrar um futuro em que eles tomem decisões de forma autônoma e otimizem o gerenciamento de estoque. Isso representa uma mudança inovadora, em que a IA se torna um ativo verdadeiramente independente e de inestimável valor ao varejo.
Concluindo, a integração da IA nos processos de trabalho de varejo tem um tremendo potencial para transformar o gerenciamento de estoque. Ao nos libertarmos das limitações dos métodos tradicionais e abraçarmos a visão de um futuro em que a inteligência artificial assume as rédeas, podemos alcançar novos níveis de eficiência, lucratividade e satisfação do cliente. Na medida em que o varejo continua a evoluir na era da IA, é crucial que os líderes do setor reconheçam o poder transformador da IA e aproveitem a oportunidade para redefinir como o estoque é gerenciado.
*Avrumy Schreiber é especialista em Web Intelligence e No-code.
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