Presidente discursou na abertura do 6º Fórum Brasil de Investimentos, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (7/11) que a humanidade se autodestruirá caso não combata a mudança do clima. O país precisa “mudar de uma vez por todas o modelo de desenvolvimento e colocar em prática, de uma vez por todas, a economia verde”, discursou Lula no 6º Fórum Brasil de Investimentos, no Palácio Itamaraty, em Brasília
“A questão do clima é muito séria e o planeta está dando um aviso: cuidem de mim, não me destruam, ou vocês serão destruídos junto comigo. É este o recado que a gente está vendo nos ciclones, nos furacões, nas secas”, declarou o presidente.
O presidente participou da abertura do fórum, que termina nesta quarta (8/11) e busca aumentar os investimentos estrangeiros no país. A edição deste ano tem como foco o compromisso do governo federal com o desenvolvimento e a industrialização sustentável.
“O mundo hoje está se dando conta de que a questão climática não é mais loucura de professor da USP, de ambientalista, não é mais loucura de nenhum jovem desvairado”, discursou Lula. “ É este o recado que a gente está vendo nos ciclones, nos furacões, nas secas. Ou nós fazemos as coisas com seriedade, ou seremos vítimas de nós mesmos.”
O combate à mudança do clima é transversal no governo, envolvendo mais de 20 ministérios. O Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), principal órgão da governança climática do país, aprovou cinco resoluções para reestruturar a política climática do país. Entre elas, a correção da meta climática brasileira, alterada pelo governo anterior, para o compromisso assumido no Acordo de Paris, de 2015.
A retomada das ações de fiscalização fez com que o desmatamento na Amazônia caísse 49,5% nos nove primeiros meses de governo, em comparação com o mesmo período do ano passado. A redução evitou a emissão de aproximadamente 200 mil toneladas de CO2 na atmosfera.
O governo federal lançou também, em 5 de junho, a 5ª versão do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), que formaliza o compromisso de zerar o desmatamento até 2030. O plano para o Cerrado já passou por consulta pública e está em fase final de elaboração.
“Esse país não precisa ter queimada, não precisa ter desmatamento, para que a gente possa aumentar a nossa produção agrícola. Nós temos quase 40 milhões de hectares de terras que podem ser recuperadas, terras degradadas, que a gente pode duplicar a nossa produção de soja, de algodão, de gado, sem precisar destruir aquilo que resta de conservação do planeta”, declarou Lula.
Outras medidas para combater a emergência climática incluem o lançamento do Plano de Transformação Ecológica, sob coordenação do Ministério da Fazenda, e a reconstrução do Plano Clima, que guiará as políticas públicas de mitigação e adaptação. Os primeiros títulos soberanos sustentáveis do Brasil foram lançados pela ministra Marina Silva e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em setembro na Bolsa de Valores de Nova York.
O Fundo Clima foi relançado com aporte de R$ 10 bilhões para sua linha de financiamento reembolsável de projetos de mitigação e adaptação à crise climática, gerida pelo BNDES. O orçamento da modalidade não reembolsável, gerida pelo MMA, aumentou de R$ 525 mil em 2022 para mais de R$ 3,5 milhões neste ano.
"Ao invés de alguém não gostar da Marina porque ela defende muito a Amazônia, precisava começar a gostar da Marina porque ela está fazendo por nós aquilo que deveríamos fazer por nós mesmos."
O Fórum Brasil de Investimentos é organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e os ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Comércio e Indústria.
Além de Lula, participaram o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, as ministras Marina Silva e Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento, e os ministros Fernando Haddad, Mauro Vieira, das Relações Exteriores. Os presidentes do BID, Ilan Goldfajn, e da Apex, Jorge Viana, também estiveram presentes.
Categoria
Meio Ambiente e Clima
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