Estudo inaugural feito com CEOs de vários locais do mundo apontou desafios ligados a pessoas e liderança
A importância da inovação para alavancar os negócios e enfrentar os desafios econômicos, ambientais e sociais já faz parte da mentalidade das lideranças mundiais. No entanto, nem sempre é uma das principais prioridades de investimento das organizações, segundo a primeira edição da pesquisa global “The Future of Leadership: Are We Evolving in the Right Direction?“, divulgada em 2024, realizada pela Panorama, comunidade que reúne consultorias boutique RH de vários locais do mundo – 20 empresas de 18 países – especializadas em Executive Search, Leadership Advisory e Board Services.
De acordo com o levantamento feito com 150 CEOs de empresas globais, 62% acreditam que a inovação é fundamental para sua estratégia organizacional, porém 48% apontaram que encontram dificuldade de acesso a recursos para colocá-la em prática – dentro desse número, 15% estão ligados à resistência dos colaboradores, 11% da própria liderança e 19% da organização. Apenas 7% foram relacionados a dificuldades tecnológicas.
A pesquisa surgiu da intenção da Panorama em identificar as tendências e desafios críticos de seus integrantes. A ideia é torná-la uma série histórica. “Como uma comunidade global de especialistas em liderança com larga experiência local, nossa aspiração, além de apontar as dificuldades, foi aprofundar os domínios da paixão pela liderança e compreender como ela é percebida e experienciada em vários mercados e culturas”, explica Thais Pegoraro, sócia da EXEC, membro da Panorama e responsável pelo capítulo sobre transformação digital.
Entraves que dificultam a inovação
Thais avalia que a natureza dos desafios da inovação nas organizações varia de acordo com o setor, região ou tamanho das empresas. “A importância da inovação, em nível cultural, não pode ser subestimada. Acreditamos que ela continuará cada vez mais significativa. Mas, para isso, precisa ser incentivada, com mais foco nos recursos e monitoramento nas esferas executivas e do conselho de administração”, complementa.
Em relação à resistência dos colaboradores, a sócia aponta que a motivação por trás disso está no fato de que a inovação aumenta o receio da perda de segurança no emprego, criando uma barreira à adoção de práticas ligadas a ela. E a liderança possui grande responsabilidade em administrar esse tipo de receio, ao passo em que inspira seus colaboradores a tirar o melhor proveito da tecnologia.
Os desafios técnicos também agravam a falta de investimentos em inovação, especialmente em algumas regiões, o que pode ser um grande obstáculo para as empresas globais. “Isso impacta tanto os processos internos da empresa, como o desenvolvimento de novos produtos”, ressalta Thais.
Os recursos limitados acrescentam outra camada de complexidade ao cenário da inovação, especialmente quando a organização é predominantemente guiada pelas exigências operacionais diárias. “Enfrentar esses desafios requer uma abordagem diferenciada que considere a dinâmica de cada setor, região e porte organizacional, promovendo um ambiente propício à inovação, ao mesmo tempo que aborda as preocupações e restrições de recursos”, diz a profissional.
A prática é o melhor mestre!
Mesmo com os desafios ainda dificultando o caminho da inovação, o estudo da Panorama identificou o que as empresas podem fazer para implementar ou acelerar iniciativas de inovação. Entre as diversas ações estão a divulgação e reforço prático do significado da palavra “inovação” para aquela empresa, como será medida, como será percebida, como será comunicada e como será premiada.
“A inovação precisa sair da sala de reuniões e atingir toda a empresa. A equipe operacional deve ter foco na execução e entrega de metas, e o time de líderes deve se concentrar na adaptação do modelo de negócio para garantir que a mudança seja normalizada”, aponta Thais.
Compreender que inovação é mentalidade e mentalidade é cultura é outro aspecto fundamental para seu sucesso nas empresas. “As organizações que vivem e respiram inovação adotam ambientes abertos nos quais os colaboradores são livres para pensar, criar, repensar e recriar, incentivando a aquisição de conhecimento técnico e mentalidade voltada para isso. Se o líder incentiva que isso seja posto a serviço do negócio, com métricas claras de ganhos e eficiências pós implementação da inovação, alcança-se uma estratégia ganha x ganha.”, avalia a sócia.
O levantamento conclui que é preciso comunicar a inovação através da realização de encontros, reuniões regulares, Innovation Day, entre outras iniciativas, com o intuito de unir diferentes pessoas, com visões diversas ou grupos focais, para a realização de brainstormings e promover a troca de ideias, “Evidenciando, por meio de indicadores, os casos de sucesso, e os ganhos gerados para aquele negócio ou empresa.”, finaliza Thais Pegoraro.
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