De acordo com o ministro, o objetivo da medida é tornar os MDBs melhores, maiores e mais eficazes
A reforma das instituições de governança global é uma das prioridades da presidência brasileira do G20. Com base no trabalho das presidências anteriores do G20, o Brasil vai desenvolver um Roteiro do G20 de reformas dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (MDBs, na sigla em inglês) para torná-los melhores, maiores e mais eficazes. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou em Washington, DC, nesta quinta-feira (18/4), as principais ideias que vão nortear a construção do Roteiro.
Segundo o ministro, “para impulsionar um desenvolvimento transformador, os MDBs precisam intensificar seus esforços e trabalhar juntos de forma eficaz e em escala”, afirmou.
No centro do esforço para transformar e reforçar os bancos multilaterais está a garantia de que o apoio dos bancos vai continuar a ser orientado para as prioridades nacionais de desenvolvimento, proporcionando benefícios concretos aos países favorecidos por seus investimentos. O trabalho será feito com base em estudos e diálogos, coordenados pela presidência do G20, e vai contar com objetivos de curto, médio e longo prazo e iniciativas práticas.
O Roteiro do G20 de reformas dos MDBs será apresentado na 4ª Reunião de Ministerial de Finanças e Bancos Centrais, em outubro, após ser discutido entre os membros do G20, com a participação dos bancos, e nos grupos de engajamento.
Fernando Haddad defendeu ainda a união de esforços entre os países membros do G20 para promover reformas significativas no âmbito da Arquitetura Financeira Internacional. A ideia é apresentar as propostas brasileiras em fóruns importantes para serem debatidas, na expectativa de gerar um compromisso coletivo e decisões viáveis no âmbito dos conselhos dos bancos multilaterais.
Três pilares
Além de fornecer financiamento, fomentar recursos e atenuar riscos, os bancos multilaterais de desenvolvimento contribuem com conhecimento e experiência para a criação de soluções para o desenvolvimento dos países.
Por isso, diante da relevância dessas instituições, o Roteiro do G20 de reformas dos bancos multilaterais começou a ser formulado com base em três pilares. O objetivo do primeiro pilar é facilitar o acesso aos empréstimos para apoiar as principais necessidades dos países. Para isso, a presidência do G20 vai elaborar um relatório de melhorias operacionais e apresentar recomendações abrangentes e baseadas em evidências. A meta é, entre outras, melhorar a colaboração entre os bancos multilaterais de modo a funcionar como um sistema coeso com compartilhamento de dados e lições aprendidas. O primeiro pilar também busca incentivar o apoio ao financiamento em moeda local e garantias em plataformas nacionais apoiadas pelos bancos de desenvolvimento.
O segundo pilar trata de meios para reforçar a capacidade de financiamento dos bancos. E o terceiro propõe, entre outros mecanismos, melhorar a avaliação e a utilização dos resultados e lições de experiências anteriores. A ideia é que acionistas e investidores privados possam avaliar o desempenho e a relação custo-benefício e decidir quais bancos de desenvolvimento serão os parceiros mais adequados para proporcionarem um melhor resultado para suas demandas.
O Roteiro ainda se compromete a mapear as práticas dos bancos a nível regional e a questão de gênero em cargos de liderança. A intenção é contribuir para dar mais voz a mulheres e países em desenvolvimento nos processos de tomada de decisão nas instituições econômicas e financeiras internacionais. E assim colaborar para que o mundo possa ter instituições mais eficazes, razoáveis e responsáveis.
Categoria
Finanças, Impostos e Gestão Pública
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