À medida que a tecnologia avança, o futuro do varejo está se tornando cada vez mais real: lojas autônomas, interatividade imersiva e processos inteligentes. A inteligência artificial (IA) promete transformar cada etapa da experiência de compra. Segundo relatório Connected Shoppers Report, da Salesforce, 73% dos varejistas no Brasil planejam aumentar seus investimentos na tecnologia em 2025.
Além disso, entre os entrevistados, 82% afirmam que a IA será essencial para competir no mercado dentro de um ano. Já do lado do consumidor, 75% se dizem interessados no uso da tecnologia para otimizar programas de fidelidade, e 72% a consideram útil para melhorar o atendimento ao cliente com respostas mais rápidas. Assim, a nova ferramenta CDL IA chega para colocar inovações ao alcance de lojistas de todos os portes.
Experiência de compra
Nas próximas fronteiras do varejo, lojas sem caixas, como a Amazon Go, já permitem que os clientes entrem, peguem os produtos e saiam – com sensores, câmeras e IA cuidando do pagamento automaticamente. Esse modelo já está em cerca de 170 unidades nos EUA e deve ganhar ainda mais força, alcançando redes parceiras da AWS . Outro avanço é o uso de carrinhos inteligentes (“Dash Carts”) que registram as compras à medida que são feitas, eliminando etapas tradicionais de checkout. Paralelamente, espelhos com realidade aumentada e provadores virtuais transformam o ato de comprar, permitindo que os clientes combinem roupas e acessórios digitalmente, sem tocar fisicamente nos produtos.
Do outro lado, no Brasil, as Lojas Renner investiram em identificação por radiofrequência (RFID) para controle de estoque em tempo real e em algoritmos de recomendação por imagem. Hoje, mais de 500 milhões de itens da Renner têm etiquetas RFID, com ciclo de leitura de 60 segundos e precisão acima de 99 %, o que ajudou a reduzir rupturas em 87% e melhorar a acurácia do estoque em 64%. Ao mesmo tempo, essa estratégia omnichannel responde por cerca de 31% do faturamento da marca.
Oportunidade e protagonismo
Essas inovações trazem enormes oportunidades — mais agilidade, experiências imersivas, menos filas. Mas também demandam atenção profissional: equipes devem ser treinadas para operar a tecnologia e proteger dados sensíveis. É fundamental que os lojistas criem processos claros para uso da IA, garantindo que o tratamento de informações pessoais seja seguro, ético e em conformidade com a LGPD. Enfim, o empreendedor precisa pensar estrategicamente: “quais resultados quer alcançar”, “qual tecnologia faz sentido para seu público” e “como medir os avanços”.
No entanto, a IA exige participação ativa do empresário. É ele quem precisa avaliar o perfil dos clientes, implementar pilotos com a equipe e oferecer feedback real. Mais do que adotar as ferramentas, é necessário entender o impacto delas no dia a dia e estimular a cultura de dados no time. A melhor forma de validar tecnologias é testá-las em pequena escala — seja um chatbot, um espelho AR ou até um carrinho inteligente — antes de expandir.
Como se atualizar
Não é preciso ter uma grande estrutura para começar. Cursos e webinars gratuitos ajudam a entender o potencial da IA. A adoção gradual, com pilotos simples como chatbots para WhatsApp, espelhos inteligentes em eventos ou sistemas básicos de recomendação, permite aprender sem risco. Também vale buscar startups e fornecedores locais, que frequentemente oferecem planos escaláveis para pequenos negócios.
Para micro e pequenas empresas, isso significa vender mais e melhor com menos esforço. Já é possível automatizar pedidos via WhatsApp, lançar promoções precisas, interagir instantaneamente com o cliente e testar novas experiências em eventos locais. A dica principal é dar o primeiro passo com ferramentas acessíveis, construindo uma cultura digital e aumentando a confiança da equipe.
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